A biopolítica espacial de negação do ser político: estranhamento espacialmente construído e desumanização espacialmente forjada no Morro da Providência-RJ
DOI:
https://doi.org/10.22481/rg.v5i2.2021.e7972Palavras-chave:
metropolização, biopolítica, remoções, Morro da Providência, Rio de JaneiroResumo
Apreendemos a metropolização do espaço enquanto processo socioespacial biopolítico. A partir da análise das remoções ocorridas no Morro da Providência-RJ, no âmbito da Operação Urbana Consorciada da Região Portuária do Rio de Janeiro e do Programa Morar Carioca, objetivamos analisar a espacialidade biopolítica na metrópole contemporânea. Após relacionar o processo de metropolização às relações de poder que inscrevem a biopolítica no espaço, buscamos um diálogo entre Michel Foucault e Henri Lefebvre, em torno dos conceitos de “meio” e “espaço instrumental”. Propomos a tríade analítica inscrição-prescrição-ordenação para examinar os projetos e intervenções urbanas que promovem o “estranhamento espacialmente construído” e a “desumanização espacialmente forjada”, processos espaciais que esvaziam a substância política que constitui o ser social.
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