Intencionalidade racionalizada: como fatos simples se tornam uma fonte de perplexidade (Rationalized intentionality: How simple facts become a source of perplexity)
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v22.12699Resumo
A teoria de Michael Tomasello é muito celebrada no campo dos estudos linguísticos voltados para o uso e a interação. Neste artigo, pretendo mostrar que ela se assenta em pressupostos contraditórios, que comprometem os preceitos gradualistas de uma visão emergencista da cognição. Os conceitos de ação e compreensão intencionais (≈ intencionalidade) que subjazem à teoria gestual são baseados em modelos cognitivos que pressupõem a posse de conteúdo proposicional e de habilidades de raciocínio lógico. Os gestos dêiticos e os motivos cooperativos, que centralizam os argumentos em favor do primitivismo da intencionalidade conjunta/compartilhada, funcionam como dispositivos teóricos que racionalizam a comunicação das crianças pré-linguísticas, visando a preservar a singularidade humana frente aos outros primatas. A racionalização do conceito de intencionalidade, que pode ser mapeada ao longo de uma sequência de publicações, demonstra que o problema visado tem mais a ver com uma concepção idealizada da intencionalidade do que com fatos empíricos.
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