Prática espacial, habitus e espaço urbano: Ensaio de geografia da vida cotidiana
DOI:
https://doi.org/10.22481/rg.v5i1.7287Palavras-chave:
Prática espacial, Habitus , Vida Cotidiana , UrbanoResumo
Desde a década de 1990, o conceito de prática espacial vem ganhando destaque na abordagem geográfica dos espaços urbanos. Isso ocorreu especialmente no contexto do giro cultural da geografia e sua aproximação com a sociologia, psicologia social e linguística. Nesse trabalho, procura-se, com base em revisão teórica, refletir sobre as práticas espaciais e discutir a contribuição do conceito de habitus, a partir de Bourdieu (1986, 2001, 2006, 2007, 1996, 2013), enquanto um elemento instituinte das práticas na vida cotidiana, que abre a possibilidade para uma abordagem crítica das mesmas, envolvendo o desvelamento de processos de estigmatização socioespacial.Downloads
Referências
BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero Limitada, 1983.
BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
BOURDIEU, Pierre. Meditações pascalianas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
BOURDIEU, Pierre. Gente com história, gente sem história. Diálogo entre Pierre Bourdieu e Roger Chartier. História Unisinos, Porto Alegre, v. 10, p. 90-98, jan/abr, 2006. Disponível: <http://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/6173>. Acesso em: 12 nov. 2019.
BOURDIEU, Pierre. El sentido práctico. Buenos Aires: Siglo XXI Editores, 2007.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Souk, 2013.
CAILLY, Laurent. Pratiques spatiales, identités sociales et processos d’individualisation. 2004. 444 f. Thèse (Doctorat em Géographie) – Ecole doctorale « Sciences de l'homme et de la société, Université François Rabelais – Tours, 2004.
CAILLY, Laurent. Capital spatial, stratégies résidentielles et processos d’individualisation. Annales de géographie, Paris, n. 654, p. 169-187, 2007. Disponível em: < https://www.cairn.info/revue-annales-de-geographie-2007-2-page-169.htmCFM>. Acesso em: 12/03/2019.
CORRÊA, Roberto Lobato. Corporação, práticas espaciais e gestão do território. Anuário do Instituto de Geociências, Rio de Janeiro, v. 15, p. 35-41, 1992. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/5934>. Acesso em: 12/03/2019.
CORRÊA, R. L. Espaço: um conceito-chave da Geografia. In: CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA, Roberto Lobato. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. p. 15-48.
CORRÊA, R. L. Diferenciação sócio-espacial, escala e práticas espaciais. Revista Cidades, São Paulo, v. 4, n, 6, p. 6272, 2007. Disponível em: <http://revista.fct.unesp.br/index.php/revistacidades/article/view/570/601>. Acesso em: 12/03/ 2019.
CORRÊA, R. L. Áreas sociais: uma avaliação e perspectivas. Geousp – espaço e tempo, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 10-33, 2016. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/111752>. Acesso em: 12/03/2019.
CARPANEZ, Juliana. Liberdade roubada: histórias de pessoas presas por engano relavam o drama de quem foi punido por crime que não cometeu. Uol. 11, nov, 2018. Disponível em: < https://www.uol.com.br/>. Acesso em: 21/03/2019.
CALDEIRA, T. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Edusp, 2011.
DAL POZZO, Clayton Ferreira. Fragmentação socioespacial em cidades médias paulistas: os territórios do consumo segmentado de Ribeirão Preto e Presidente Prudente. 2015. 400f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2015.
DATAFOLHA. 82% dos paulistanos são contra rolezinhos em shoppings. Instituto de Pesquisas Datafolha. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://datafolha.folha.uol.com.br/>. Acesso em 14/03/2019.
DI MÉO, Guy. Géographies tranquilles du quotidien: une analyse de la contribution des sciences sociales et de la géographie à l’étude des pratiques spatiales. Cahiers de géographie du Québec, Québec, v. 34, n. 118, p. 75-93, 1999.
ELIAS, Norbert; SCOTSON, John L. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2012.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. São Paulo: Zahar, 1972.
GOMES, Paulo Cesar da Costa. Considerações acerca dos espaços públicos e suas variações no tempo e no espaço. In: SERPA, Angelo; CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). Geografia urbana: desafios teóricos contemporâneos. Salvador: EDUFBA, 2018. p. 351-375.
LAHIRE, Bernard. O homem plural: as molas da acção. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.
LEFEBVRE, Henri. A vida cotidiana no mundo moderna. São Paulo: Ática, 1991.
LÉVY, Jacques. L’espace legitime: sur la dimension géographique de la fonction politique. Paris: Presses de La Fundation Nationale des Sciences Polítiques, 1994.
LÉVY, Jacques; LUSSAULT, Michel et al. Dictionnaire de la Géographie et de l’espaces des societies. Paris: Éditions Belin, 2003.
LINDÓN, Alicia. Geografías de la vida cotidiana. In: LINDÓN, Alicia; HIERNAUX, Daniel (Dir.). Tratado de Geografía Humana. Barcelona, Rubi: Cidade do México, Antrophos Editorial, 2006. p. 356-400.
LINDÓN, Alicia. Las narrativas de vida espaciales: uma expresión del pensamiento geográfico humanista y constructivista. In: CRUZ, Nates Beatriz; LÓPEZ, Londoño César Felipe. Memoria, espacio y sociedade. Barcelona, Rubi: Cidade do México, Antrophos Editorial: Caldas, Universidade de Caldas, 2011, p. 13-32.
LINDÓN, Alicia. La concurrencia de lo espacial y lo social. In: TOLEDO, Enrique de la Garza; LEYVA, Gustavo (Eds). Tratado de metodología de las ciencias sociales: perscpectivas actuales. Cidade do México: Fondo de Cultura Economica, 2012. p. 554-590.
LIPPUNER, Roland. Géographie, culture et quotidien: un renouveau théorique. Géographie et cultures, n. 47, p. 29-44, 2003. Disponivel em: <https://www.editions-harmattan.fr/index.asp?navig=catalogue&obj=article&no=3523>. Acesso em: 21/02/2019.
LIPPUNER, Roland. Culture, space and everyday life. Semantic Sholar, 2004. <https://www.semanticscholar.org/>. Acesso em: 04/05/2020.
MIRANDA, André; TINOCO, Dandara. As injustiças da justiça brasileira. O Globo, 26, jan. 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/as-injusticas-da-justica-brasileira-18541969>. Acesso em: Acesso em: 21/03/2019.
MITCHELL, Don. The end of culture? Culturalism and cultural geography in the anglo-american “university of excellence. Geographishe revue, v. 2, p. 3-18, 2000. Disponivel em: <https://publishup.uni-potsdam.de/opus4-ubp/frontdoor/deliver/index/docId/2216/file/gr2_00_Ess01.pdf>. Acesso em: 21/03/2019.
MOREIRA, Ruy. As categorias espaciais da construção geográfica das sociedades. GEOgraphia, Rio de Janeiro, vol. 3, n. 3, p. 1-18, 2001. Disponível em: <http://periodicos.uff.br/geographia>. Acesso em: 21/03/2019.
MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2008.
MOREIRA, Ruy. Uma ciência das práticas e saberes espaciais. Revista Tamoios, São Gonçalo, ano 13, n. 2, p. 26-43, 2017. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tamoios/article/view/30458>. Acesso em: 15/09/2019.
PADUA, Rafael Faleiros de. Pensando a noção de prática socioespacial. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri; SANTOS, César Simoni; ALVAREZ, Isabel Pinto (Org.). Geografia urbana crítica: teoria e método. São Paulo, Contexto, 2018. p. 35-52.
PINHEIRO-MACHADO, Rosana; SCALCO, Lucia Mury. Rolezinhos: marcas, consumo e segregação no Brasil. Revista de Estudos Culturais, São Paulo, vol. 1, 2014. Disponível em: <http://www.each.usp.br/revistaec>. Acesso em: 21/03/019.
PRISÃO de inocentes é erro que se repete no sistema carcerário do país. G1. 06 abr. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2017/04/prisao-de-inocentes-e-erro-que-se-repete-no-sistema-carcerario-do-pais.html>. Acesso em: 21/09/2019.
RIBEIRO, Fabiana Valdoski. A prática socioespecial da resistência. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri; SANTOS, César Simoni; ALVAREZ, Isabel Pinto (Org.). Geografia urbana crítica: teoria e método. São Paulo: Contexto, 2018. p. 53-64.
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica. São Paulo: Edusp, 2004.
SANTOS, Ale. “Quanto mais escura é a sua pele, mais suspeito você se torna”. The Intercept Brasil. [s.l], 01, set, 2018. Disponível em: < https://theintercept.com/2018/09/01/depoimento-racismo-pele-escura/>. Acesso em: 02/09/2018.
SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Práticas espaciais e reestruturação em cidades médias. In: Ferreira, Alvaro; Rua, João; Mattos, Regina Célio. O espaço e a metropolização: cotidiano e ação. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2017. p. 627-677.
SOUZA, Jessé. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.
SOUZA, Jessé. O rolê da ralé. Estadão, São Paulo, 18, jan, 2014. Entrevista concedida a Ivan Marsiglia. Disponível em: <https://www.estadao.com.br/noticias/geral,o-role-da-rale,1120064>. Acesso em: 21/03/2019.
SOUZA, Jessé. et al. A ralé brasileira: quem é e como vive. São Paulo: Editora Contracorrente, 2018.
TAYLOR, Charles. As fontes do self: a formação da identidade moderna. São Paulo: Loyola, 2011b.
WACQUANT, Loic. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Revan, 2015.
WACQUANT, Loic.. Habitus. In: CATANI, Afrânio Mendes et al (Org.). Vocabulário Bourdieu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. p. 213-217.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Geopauta

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Declaração de Direitos Autorais
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 International License. que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre)
- Os Autores são responsáveis pelo conteúdo constante no manuscrito publicado na revista.