Notas sobre uma relação intelectual: Paulo Freire e Frantz Fanon
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i47.8457Palavras-chave:
Fanon, Freire, pós-colonialResumo
Neste escrito, analiso a relação intelectual que Paulo Freire estabelece com Frantz Fanon. Considero três obras-chave: Educação como prática de liberdade (FREIRE, 1967), Pedagogia do oprimido (FREIRE, 1970) e Os condenados da terra (FANON, 1961). Assumo a crítica pós-colonial como um exercício de desconfiança (HALL, 2008; CATELLI e DE OTO, 2018), como uma forma de falar sobre a marca que o colonialismo impôs às nossas subjetividades, nas nossas formas de conhecer, educar, fazer, brincar e sentir , e que duram além do momento inicial de conquista. Muitas de nossas perguntas e respostas contemporâneas são marcadas pelo silêncio de um passado colonial (AÑON e RUFER, 2018) que insiste e perpassa por nossas memórias e corporeidade. Um momento histórico específico (complexo e diferenciado) ligado à conquista e colonização de territórios e das suas gentes, mas também, uma forma de orquestrar ou narrar uma história, e uma descrição enquadrada num paradigma teórico eurocêntrico, que define verdades e é pretensas para produzir identidades únicas. Uma história moderna, um saber e um poder que se universalizam e designam uma complexa teia de práticas, do simbólico ao material, destinado a garantir a subordinação de vários grupos sociais. Sua face de colonialidade negada nos mostra como nesses processos de produção de subjetividade combinações específicas de raça, patriarcado, gênero e classe são apresentadas. (GÜIMARAES, 2009; QUIJANO, 2000; TROUILLOT, 2011; MBEMBE, 2016).
Downloads
Referências
AÑON, Valeria y RUFER, Mario Añon, 2018. “Lo colonial como silencio, la conquista
como tabú: reflexiones en tiempo presente”. Tabula Rasa, (29), 2018, pp.107-131.
CATELLI, Laura y DE OTO, Alejandro y RUFER, Mario. Tabula Rasa, (29), Introducción: pensar lo colonial. Tabula Rasa, (29), 2018, pp. 11-18.
Doi: https://doi.org/10.25058/20112742.n29.01
DERRIDA, Jacques. “Mal de Archivo. Una impresión freudiana”. Conferencia en Coloquio internacional Memory: The Question of Archives. Société ínternationale d’Histoire de la Psychiatrie et de la Psychanalyse, del Freud Museum y del Courtauld Institute of Art, 1994
http://redaprenderycambiar.com.ar/derrida/textos/mal+de+archivo.htm
FANON, Frantz Piel. Sociología de una revolución. Trad. Víctor Flores Olea, México: ERA, (1959) 1976.
_______. Negras máscaras blancas. Buenos Aires: Abraxas, (1951) 2009.
_______. Los Condenados de la Tierra. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, (1961) 1973
Autor/a. 2016.
FREIRE, Paulo. “Acción cultural”. FERRÉ Methol (entrevistador), Víspera: Montevideo, Año 3, Vol 10, Mayo de 1969, pp. 23-28.
_______. Pedagogía del oprimido. Buenos Aires: Tierra Nueva, 1970.
_______. La educación como práctica de la libertad. Buenos Aires: Siglo XXI, (1967)
_______. Cartas a Guinea Bissau. México: Siglo XXI, (1977) 2000. ―. Pedagogía de la
esperanza. México: Siglo XXI, (1992) 1999.
_______. Pedagogía do oprimido (o manuscrito). José E. ROMÃO, Moacir GADOTTI y Jason FERREIRA (org.). São Paulo: Ed,L coedição UNINOVE e Ministerio de Educação do Brasil, 2013.
GROSFOGUEL, Ramón ¿Negros marxistas o marxismos negros?: una mirada descolonial. Tabula Rasa, (28), 2018, 11-22. Doi: https://doi.org/10.25058/20112742.n28.1
GUIMARÃES, Antonio Sergio A. Racismo e Antirracismo no Brasil. Sao Paulo: Editora 34, 1999.
_______. Frantz Fanon's reception in Brazil. Lusotopie, Volume 16, Number 2, 2009, pp. 157-172.
HALL, Stuart. ¿Cuándo fue lo postcolonial? VV. AA. Estudios postcoloniales. Ensayos fundamentales. Madrid: Traficantes de Sueños, 2008.
RIBEIRO SANCHES, Manuela (org) Malhas que os impérios tecem. Textos anticoloniais, contextos pós-coloniais. Coimbra: Edições 70, 2011.
ROMÃO, José Eustaquio, Primera parte. En Paulo Freire e Amílcar Cabral. Razões Revolucionárias e a descolonização das mentes. São Paulo:Editora e Livraria Paulo Freire, 2012.
SAID, Eduard. Teoría viajera reconsiderada. En Cuadernos de teoría crítica I. Teoría viajera. Valparaíso, 2015, pp. 43-62.
WALSH, Catherine. Pedagogías decoloniales. Prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir. Quito: Abya Yala. 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Práxis Educacional

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.